Afrodite |
Afrodite é a forma grega da deusa semítica da fecundidade e das águas fertilizantes, Astarté. Na Ilíada, a deusa é filha de Zeus e Dione, daí seu epíteto de Dionéia. Existe todavia, uma Afrodite muito mais antiga,cujo nascimento é descrito na Teogonia, consoantes o tema de procedência oriental da mutilação de Urano. Com o epíteto de Anadiômene, a saber, "a que surge" das ondas do mar, de um famoso quadro do grande pintor grego Apeles (Sec. IV a.e.c.), tão logo nasceu, a deusa foi levada pelas ondas ou pelo vento Zéfiro para Cítera e, em seguida, para Chipre, dai seus dois outros epítetos de Citeréia e Cípris. Essa origem dupla da deusa do amor não é estranha à diferenciação que se estabeleceu entre Afrodite Urânia e Pandêmia, significando esta última, etimologicamente, "a venerada" por todo o povo", Pándemos, e posteriormente, com discriminação filosófica e moral, "a popular, a vulgar". Platão, no Banquete, estabelece uma distinção rígida entre a Pandêmia, a inspiradora dos amores comuns, vulgares, carnais e a Urânia, a deusa que não tem mãe, (amétor) e que, sendo Urânia, é ipso facto, a Celeste, a inspiradora de um amor etéreo, superior, imaterial, através do qual se atinge o amor supremo, como Diotima revelou a Sócrates. Este "amor urânico", desligando-se da beleza em si, que é partícipe do eterno.
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